quinta-feira, 14 de outubro de 2010

No rosto da mulher...


No rosto da mulher
Há ternura, fuga e mãe
A mulher é diferente
Quase sempre
Se o meu coração
Bate ao ritmo da mulher
Sente-se mais feliz
Ela seduz o Universo
E até ao anoitecer
Sinto-me diverso
Depois sonho na fusão
Num único ser
Numa amálgama de querer
Num sólido momento transparente
Onde para lá dos seus olhos
Brindamos em êxtase
Eternamente

Máscaras

Máscaras
Há quem garanta
Com sua certeza
Que as verdadeiras
As mais estranhas
Circulam em Veneza
Nas asas de mistérios inauditos
Representando
Não a vida
E as suas facetas
Mas a morte
E a sua antecipação
Dolorosa
Momentos angustiantes
Silêncios de medo
Tudo o que não se vê
E se pode imaginar
De preferência
Com a mente louca
E na mão talvez
Se for Carnaval
Uma inoportuna roca

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Morir y Vivir
(Pensando en Federico García Lorca)

Que piernas
Tan buenas
Que tienes ay
Quería tocarles
Y morir así
Que labios
Tan rojos
Que tienes ay
Quería besarlas
Y morir así
Que pechos
Tan bonitos
Que tienes ay
Quería comerlos
Y morir así
Que ideas
Tan fuertes
Que dices ay
Quería amarlas
Y vivir así

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Árvore visão eterna céu incluido


Árvore
Frondosa
Visão eterna
Céu incluído
Não se ouve um ruído
Só musicas estranhas
A que não pertencem
Os sons habituais
Da tua respiração
O murmúrio da tua voz
Longínquo
Fala no momento atroz
Em que disseste
Já não sou a mesma pessoa
Que amaste
Agora
Agonizo
No vazio dos teus braços
Há escuridão
Nos nossos espaços
Nada faz sentido
Árvore
Loucura
Visão fraterna
Céu incluído
Só ramos secos
Nem uma folha esquecida
Vazia como os braços
Que te abraçavam
Mas não te retinham
Agora
As gotas de uma chuva
Imprevista
Gelam os últimos desejos
De que me lembro
A natureza
Na sua contínua sobriedade
Confirma a certeza
Da perda da alegria
O momento esquece
O futuro
O amor é impuro
Adeus árvore