Árvore
Frondosa
Visão eterna
Céu incluído
Não se ouve um ruído
Só musicas estranhas
A que não pertencem
Os sons habituais
Da tua respiração
O murmúrio da tua voz
Longínquo
Fala no momento atroz
Em que disseste
Já não sou a mesma pessoa
Que amaste
Agora
Agonizo
No vazio dos teus braços
Há escuridão
Nos nossos espaços
Nada faz sentido
Árvore
Loucura
Visão fraterna
Céu incluído
Só ramos secos
Nem uma folha esquecida
Vazia como os braços
Que te abraçavam
Mas não te retinham
Agora
As gotas de uma chuva
Imprevista
Gelam os últimos desejos
De que me lembro
A natureza
Na sua contínua sobriedade
Confirma a certeza
Da perda da alegria
O momento esquece
O futuro
O amor é impuro
Adeus árvore
Perguntaste se eu estou aborrecida!
ResponderEliminarMas... nunca estou aborrecida
Estou é triste
É que... o pensamento folheia as palavras
Como o vento
Ás vezes... em parangonas enormes
E... da minha boca só sai o desalento
De não as saber dizer
É tão triste o não saber escrever...
Outras vezes em letras pequeninas
Só eu as sei
Não são para ninguém ouvi-las
Mas a minha escrita não tem clareza
Depois podia pensar o que pensei...
Por isso estou triste... não sei escrever...
Para dizer das alegrias
E as tistezas
E contar o que sei...
Agora, conta-me tu um poema
Ou um texto mesmo a saber de poema
Das tuas recordações ou mesmo de fantasia
Mas que tenha o sabor da alegria
Como ditar palavras
ResponderEliminarOnde vibre a alegria
Ainda estava a viver
Uma década de chumbo
Queria rir e não conseguia
Mesmo um sorriso mitigado
Era sempre entrecortado
Por uma qualquer aleivosia
Apenas ao anoitecer
Por vezes
Fadas antigas
Deixavam antever
A força dos mitos
Em que acreditou
Antes de conhecer
A verdade e a mentira
Que existe
Em qualquer ser
O segredo estava em viver
Com quem não mentia
Para se apoderar
Do melhor do seu dia
O segredo estava em resistir
À manipulação
Dos seus sentimentos
Por alguém que não o merecia
O segredo estava em partir
Mudando de porta
Mudando de porvir
Mudando o seu dia
O segredo estava
Em acreditar
Que daquela maneira
Não conseguiria
E que estando mais só
A casa não se afundaria
Naquele ansioso pó
Onde a verdade se escondia
Todas as vidas
Mesmo a última
Não merecem
Que o medo
As destrua
E sabe que vai sobreviver
Em plena alegria
Mesmo que o fim
O encontre
Maravilhosamente só
Sorrindo consciente
Para a sua inelutável
E universal
Agonia