Separei-me do momento
Da sequência do que aconteceu
Do que teria feito
A memória de um dia habitual
Preferi a escrita
(a ideia que se imprime)
A reflexão
(a mente que se redime)
É então indiferente
Se o sol brilhou
Ou se choveu a cântaros no quintal
Ou se a meio da tarde
Me procuraste para fazer amor
Sequiosa e fatal
O que passou fora de mim
Neste dia não fui eu
Enquanto revolvia o já vivido
Consta que anoiteceu
Não lamento o dia perdido
Foi apenas um respirar inconsciente
E por isso decerto mais sentido
Que um outro qualquer
Separei-me do momento
Da sequência do que aconteceu
Não há mais nada a dizer
Agora já me sinto
De regresso
Ao meu antigo Eu
Mergulhado de novo no absinto
Que nunca conseguiu
Perceber em sequência
Como em cada dia
Se viveu
Da sequência do que aconteceu
Do que teria feito
A memória de um dia habitual
Preferi a escrita
(a ideia que se imprime)
A reflexão
(a mente que se redime)
É então indiferente
Se o sol brilhou
Ou se choveu a cântaros no quintal
Ou se a meio da tarde
Me procuraste para fazer amor
Sequiosa e fatal
O que passou fora de mim
Neste dia não fui eu
Enquanto revolvia o já vivido
Consta que anoiteceu
Não lamento o dia perdido
Foi apenas um respirar inconsciente
E por isso decerto mais sentido
Que um outro qualquer
Separei-me do momento
Da sequência do que aconteceu
Não há mais nada a dizer
Agora já me sinto
De regresso
Ao meu antigo Eu
Mergulhado de novo no absinto
Que nunca conseguiu
Perceber em sequência
Como em cada dia
Se viveu
Lembras-te ainda quando eu dizia
ResponderEliminar"hoje tirei o dia para poder morrer".
E, na minha teimosia,
doutra vez continuava a dizer:
"mas vem um dia, um qualquer dia, e a gente morre
e fica elouquecendo sem morrer".
E parecia mais forte
a dor de ferida na alma que dói sem doer.
No coração tenho as fases como a lua.
Estou triste ou estou contente;
se permaneço só sufoco,
se ausente
"o amor como liana que o prende à vida
mesmo quando não está presente ou apenas em esboço",
dizes tu. São pedaços de amor,
só uns restos...
Eu tenho lido a tua poesia...
Penso que soletro as letras com primor
mas não sai o poema que eu quereria.
Estou viva
mas nas palavras sou cativa.
E às vezes sinto pena de não já ter o fulgor
de compor a linguagem em poesia.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar"Amo as palavras
ResponderEliminarQue escreves com uma boca
Que não conheço
Amo as angústias que recitas
Com gestos que imagino
Quando adormeço
Amo quando dizes
Que não sabes se vives
Amo os teus silêncios
Em noites e dias
De alegorias
Amo as tuas ausências
O que nunca dirias
Amo a certeza
De que antigamente
Não existias"
Está lá para o princípio do blogue (talvez Março 2010)e exprimia os sentimentos que alguns poetas da "Porta dos Talentos" e em especial a "minha amiga desconhecida" (ainda hoje)com quem trocava palavras mesmo se nem sempre as escrevia. Creio que guardamos poemas um do outro. Hoje, numa volta da vida menos feliz, a "musica parece-lhe nem sempre fluir na palavra". Não importa porque as palavras numa folha mesmo que a pensemos leve de poesia são sempre a intenção que nos animou e o sentimento que nos forçou a escrever apesar de as palavras, as que escrevemos, parecerem não coincidir com o que imaginamos. Assim sinto.
"A folha pode voar
Como uma pena
Mas leva consigo
Um indiscutível poema
A palavra pode não estar
Alinhada pelo centro
Na forma estática
Do fonema
Mas o sonho atento
Espalha-se
Como o vento
E as palavras que se amam
Não se separam
Se sofrem
Disfarçam num lamento
Se vivem a felicidade
A folha que as transporta
Arde no meio da cidade"
Sinto que em si continua a arder a poesia. E enquanto esse fogo se mantiver terá, estou certo, uma "liana que a prende à vida". Ainda bem