I
Vento que sopra talvez do mar
Ou de uma dobra da Natureza onde se esconde a felicidade
Calor ameno que chega para dar a sensação vital de ser
Memórias, memórias de aqui estar
Ou talvez em outro lugar onde nunca esteve
Mas onde sonhou amar
Ainda o amor como liana que o prende à vida
Mesmo quando não está presente ou apenas em esboço
Como uma imagem distante no fundo da página
Onde se escreve com as duas mãos
A direita que acaricia e a esquerda que segura
O sexo que volteia à procura do amplexo
Que amplifica o momento e o ser
Voraz ainda sempre
Como comandado geneticamente
II
Vento que sopra do mar
Talvez do mar
Felicidade que rodopia por um momento
Antes de tudo acalmar
E o banal de sempre voltar
III
Rodopia, rodopia, rodopia
Por um momento
Que vale pela eternidade
A que não pertence
É bom ser
IV
Vento que sopra do mar eterno
Momento que o envolve
Sereno
V
Grande como um deus
Vence a ambiguidade
O momento é seu
É feliz
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