I
Sunset não é o mesmo que Pôr-do-sol
Sunset é depois do sol da vida desaparecer
Sem fantasmas nem furores
Rosto que se desfaz em suores
Num ocaso com muita luz artificial
Sunset é plástico e nunca natural
É Boulevard como num filme
É vida que adormece
Na exaltação do ser
Que se esquece do que foi
E apodrece
Como uma carcaça qualquer
Algures em Terras de Bouro
Sunset comunica-se
Com trejeitos ou palavras de ouro
E a vida agonia-se
II
Pôr-do-sol presencia-se
Saboreia-se gota a gota
E deixa a esperança
Que da paisagem brota
Quando se espera
Que ainda nesta era
Amanheça de novo na nossa rota
E que depois o sol se ponha
Num desaparecer
Sem medo e sem vergonha
28 de Novembro de 2004
ResponderEliminarLeio-te, leio-me e sorrio.
Baixinho. Melhor dizendo, de lábios sem abrir,
provavelmente reflexo no olhar,
que é só sorrir
de mim!
Como se viesse a descobrir
que, afinal,
nem sempre têm razão os que falam da net...
É que não é assim tão trivial...
Mantenho no rosto esse sorriso;
atravesso de um salto as montanhas e as planícies,
penso mesmo que sim,
que até perdi um pouco o siso.
Coisa que nem é própria de mim...
Bem! Vamos lá falar com sinceridade!
Acho que sempre fui um pouco assim
de coração aos tropeções;
bem lá no fundo a tempestade
sem um salpico à superfície, que a espuma desfazia
toda a loucura;
e eu... sem outra ousadia
se não a de providenciar entre todos a harmonia.
Por isso é que sorrio agora,
por esta experiência de mim à revelia,
de troca sem trocar,
de sonho sem sonhar,
deste falar só por falar
e apesar de tudo o coração a aconchegar...
A minha mão ainda vazia?
Eu sei... nem sequer pretendia
ouvir um qualquer eco...
Mas... se ouço a melodia!
E se o meu coração sempre assim foi
intensamente coerente,
na sua incoerência
entre a alegria e a melancolia,
sonhando sem conseguir fazer poesia.
E em cada dia, o sol posto,
a trágica vivência da vida por viver,
e reviver sem ser por gosto,
mais premente ainda ao anoitecer.
Mas por achar que realmente dói
viver só por viver
é que penso, embora com pouca frequência,
que o melhor seria mesmo morrer!
Presente imperceptível
ResponderEliminarAngústia que flutua
Porque nada se insinua
Na verdade indescritível
Da vida atravessando a rua
Momento que hesita
Em ser reconhecido
Na imagem que perpetua
O cântico da vida que é a tua