sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Árvore visão eterna céu incluido


Árvore
Frondosa
Visão eterna
Céu incluído
Não se ouve um ruído
Só musicas estranhas
A que não pertencem
Os sons habituais
Da tua respiração
O murmúrio da tua voz
Longínquo
Fala no momento atroz
Em que disseste
Já não sou a mesma pessoa
Que amaste
Agora
Agonizo
No vazio dos teus braços
Há escuridão
Nos nossos espaços
Nada faz sentido
Árvore
Loucura
Visão fraterna
Céu incluído
Só ramos secos
Nem uma folha esquecida
Vazia como os braços
Que te abraçavam
Mas não te retinham
Agora
As gotas de uma chuva
Imprevista
Gelam os últimos desejos
De que me lembro
A natureza
Na sua contínua sobriedade
Confirma a certeza
Da perda da alegria
O momento esquece
O futuro
O amor é impuro
Adeus árvore

2 comentários:

  1. Perguntaste se eu estou aborrecida!
    Mas... nunca estou aborrecida
    Estou é triste
    É que... o pensamento folheia as palavras
    Como o vento
    Ás vezes... em parangonas enormes
    E... da minha boca só sai o desalento
    De não as saber dizer
    É tão triste o não saber escrever...
    Outras vezes em letras pequeninas
    Só eu as sei
    Não são para ninguém ouvi-las
    Mas a minha escrita não tem clareza
    Depois podia pensar o que pensei...
    Por isso estou triste... não sei escrever...
    Para dizer das alegrias
    E as tistezas
    E contar o que sei...

    Agora, conta-me tu um poema
    Ou um texto mesmo a saber de poema
    Das tuas recordações ou mesmo de fantasia
    Mas que tenha o sabor da alegria

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  2. Como ditar palavras
    Onde vibre a alegria
    Ainda estava a viver
    Uma década de chumbo
    Queria rir e não conseguia
    Mesmo um sorriso mitigado
    Era sempre entrecortado
    Por uma qualquer aleivosia
    Apenas ao anoitecer
    Por vezes
    Fadas antigas
    Deixavam antever
    A força dos mitos
    Em que acreditou
    Antes de conhecer
    A verdade e a mentira
    Que existe
    Em qualquer ser
    O segredo estava em viver
    Com quem não mentia
    Para se apoderar
    Do melhor do seu dia
    O segredo estava em resistir
    À manipulação
    Dos seus sentimentos
    Por alguém que não o merecia
    O segredo estava em partir
    Mudando de porta
    Mudando de porvir
    Mudando o seu dia
    O segredo estava
    Em acreditar
    Que daquela maneira
    Não conseguiria
    E que estando mais só
    A casa não se afundaria
    Naquele ansioso pó
    Onde a verdade se escondia
    Todas as vidas
    Mesmo a última
    Não merecem
    Que o medo
    As destrua
    E sabe que vai sobreviver
    Em plena alegria
    Mesmo que o fim
    O encontre
    Maravilhosamente só
    Sorrindo consciente
    Para a sua inelutável
    E universal
    Agonia

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