sexta-feira, 20 de abril de 2012

Inclino-me para o verbo...

Inclino-me para o verbo

Como para uma tábua de salvação

Há pássaros lá fora

Viajando em seus destinos circundantes

Há flores que crescem e apodrecem a toda a hora

Há seres

De todas as espécies onde a existência mora

Inclino-me para o verbo

Peço ao sol mais luz intemporal

E à chuva uma tempestade na proa do vento

Que agite os meus demónios

E liberte meus anjos

Do seu trânsito sem destino

Viajamos nesta nave espacial que por vezes abomino

Porque me leva até à ignorância de mim mesmo

Àquele limiar

Onde a faca corta o cordão

Umbilical

E um homem fica assim desnudo

De corpo e alma

Nesse desejo de viver quase imortal

Inclino-me para o verbo

Como forma de sobreviver

A todo o mal

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