Depois de algumas investigações
Nada parecidas com as policiais
Estou apto a fazer declarações
Que as faço em nome dos mortais
E por isso sem pejo nem hesitações
A vida é o sopro que agita o animal
Para que um ser esteja vivo
Isto é que tenha veemência e sal
É preciso que o coração bata e se repita
E que a repetição se faça para o bem e para o mal
Portanto não é no bater mecânico do coração
Que se define se tudo está conforme
Viver então começa por ser fome
Um grito de chamamento que ecoa
Pelas sombras
Ou até pelos corredores de um hospital
Depois vem da palpitação a consciência
E do bem e do mal a apetência
A fome de comida tudo justifica
Como aos animais
Mas o homem que eu concebo
Quer sempre mais
Na cabeça está alojado o infinito
Que às vezes se liberta sem saber
Gerando um frémito inaudito
De desejo de fazer e de prazer
E o dono destas ondas bem reais
Pode por vezes ganhar a liberdade
E sem controlo a mente não se esgota
Explode em grandezas sem cidade
E dum pequeno barco faz a frota
Com que vai querer arribar ao porto alto
Sempre mais alto que o porto que ontem foi
Como se o homem qual deus incauto
Não tivesse limites ou não os conhecesse
E portanto no infinito projectado
Só pode acabar ensimesmado
A dizer talvez num canto do universo
"Este desejo que vivo e que almejo
Não está finalmente ao meu alcance
Não quero da vida este relance
Nem viver como o comum dos mortais"
Partir é então o fatídico desígnio
Talvez na esperança que casa com a ignorância
De na poeira onde não reconhece identidade
Ter enfim garantida a eternidade
Como parar então esta amargura
Este anseio esta forma esta demissão
Porque todas as palavras conseguidas
Que se profiram com amabilidade ou com secura
Podem não ter a força e o lastro suficiente
Basta porém na mente
Manter-se impunemente
Esse desejo vital de fazer quase inconsciente
E nada mesmo nada
Conseguirá fazer-lhe frente
Talvez também
E é esse o meu anseio
Descendo da poesia
Caldeado com o prazer da maresia
Um braço caído sem força momentaneamente
Possa remeter em causa esta agonia
Sonhar de novo como se vivia antigamente
Quando a vida corria e se olhava cada presente
Como o bom que a vida conseguia
E o braço já não dormente se mova e diga
Que quer ser de novo da acção o leme
E da vida o símbolo que nunca treme
Aqui o momento geme
E a árvore se agita
E o homem renasce
Na sua bela desdita
Nada parecidas com as policiais
Estou apto a fazer declarações
Que as faço em nome dos mortais
E por isso sem pejo nem hesitações
A vida é o sopro que agita o animal
Para que um ser esteja vivo
Isto é que tenha veemência e sal
É preciso que o coração bata e se repita
E que a repetição se faça para o bem e para o mal
Portanto não é no bater mecânico do coração
Que se define se tudo está conforme
Viver então começa por ser fome
Um grito de chamamento que ecoa
Pelas sombras
Ou até pelos corredores de um hospital
Depois vem da palpitação a consciência
E do bem e do mal a apetência
A fome de comida tudo justifica
Como aos animais
Mas o homem que eu concebo
Quer sempre mais
Na cabeça está alojado o infinito
Que às vezes se liberta sem saber
Gerando um frémito inaudito
De desejo de fazer e de prazer
E o dono destas ondas bem reais
Pode por vezes ganhar a liberdade
E sem controlo a mente não se esgota
Explode em grandezas sem cidade
E dum pequeno barco faz a frota
Com que vai querer arribar ao porto alto
Sempre mais alto que o porto que ontem foi
Como se o homem qual deus incauto
Não tivesse limites ou não os conhecesse
E portanto no infinito projectado
Só pode acabar ensimesmado
A dizer talvez num canto do universo
"Este desejo que vivo e que almejo
Não está finalmente ao meu alcance
Não quero da vida este relance
Nem viver como o comum dos mortais"
Partir é então o fatídico desígnio
Talvez na esperança que casa com a ignorância
De na poeira onde não reconhece identidade
Ter enfim garantida a eternidade
Como parar então esta amargura
Este anseio esta forma esta demissão
Porque todas as palavras conseguidas
Que se profiram com amabilidade ou com secura
Podem não ter a força e o lastro suficiente
Basta porém na mente
Manter-se impunemente
Esse desejo vital de fazer quase inconsciente
E nada mesmo nada
Conseguirá fazer-lhe frente
Talvez também
E é esse o meu anseio
Descendo da poesia
Caldeado com o prazer da maresia
Um braço caído sem força momentaneamente
Possa remeter em causa esta agonia
Sonhar de novo como se vivia antigamente
Quando a vida corria e se olhava cada presente
Como o bom que a vida conseguia
E o braço já não dormente se mova e diga
Que quer ser de novo da acção o leme
E da vida o símbolo que nunca treme
Aqui o momento geme
E a árvore se agita
E o homem renasce
Na sua bela desdita
Mas que veia de poeta!
ResponderEliminarParabéns!
Aquele abraço!
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