segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Fim de dia no Alentejo


Cai o dia
Momento irrepetível
O sol e a lua em contraponto
O vermelho que beija o horizonte
A serra, o monte e mesmo a tua fronte
E o branco alvo que o abandona
Imita o uivo dos lobos distantes
E o voo dos morcegos que imagino
Oh! Se imagino

Cai o dia
E nesta turbulência
De silêncios entrecortados
As folhas inebriantes que nos rodeiam
Florescem na noite fria
Branca e fria como naquela matina
Em que te deste a sorrir
Bela e menina

Cai o dia
A noite avança
Numa escuridão que se avizinha
Céu estrelado
Vamos para outros mundos
De paixão
Homens alados
Surpreendidos pela beleza do Nada
Oh! Não, Verbo!
Suspende o vago
Que eu gosto muito de viver
Prefiro a emoção fervente de um beijo
Esfumando o horizonte
Que se apaga

Quanto ao dia
Que termina
É luz que não mais te afaga
Só resta no teu corpo
A memória do que no dia aconteceu
E assim, no sonho, acredito
O dia não morreu

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