domingo, 28 de março de 2010

A Noite e o Dia

Na noite
Não se esquece o dia
Dizem que duendes
Se divertem à nossa custa
À mesa de um cibercafé
Numa conversa vetusta
E a noite continua
Até que a aurora
Se anuncie e flua

No dia
Dissolve-se a noite
Breves instantes
Esgares incompreensíveis
Fantasmas que circulam devagar
Já sem o ritmo malfadado
Do seu teatro noctívago e insolente
A custo conseguimos acordar
O rosto reflectido no espelho
Da nossa consciência
Refazemos os gestos banais
Do amanhecer
Vacilamos
Respiramos fundo
E seguimos em frente
Ao encontro de um fecundo
E improvável presente

Sem comentários:

Enviar um comentário