quarta-feira, 31 de março de 2010

Momentos sem espessura

Momentos sem espessura
Como um balão
Que se perde em altura
Existe e não se vê?
Viver é o quê?
Sinto no coração a ternura
E o batimento
Que ao momento me segura
Resume a consciência do vento
Que passa
O que é o tempo?
Corrente da consciência
Percepções que fixo em sequência?
Com os olhos fechados
Os sons adormecem os ânimos
Memórias condescendentes
Vivo uma vida imprecisa
Vazia
de antecedentes

2 comentários:

  1. Escrevo!
    Nem pessimismo nem optimismo!
    Chega-me a realidade que confronta com os sonhos
    Porque “vivo uma vida imprecisa”
    Embora não “vazia de antecedentes”
    Mas num “improvável presente”...
    A primavera só já é Primavera
    De flores orvalhadas
    nas minhas mãos cansadas.
    Escrevo!
    Para quem?
    Serei também na escrita
    Neste mesmo instante
    Por quem por gosto ou desgostosamente
    Me soletra
    E que nem sei como me interpreta
    De mim distante?
    Traduz-me realmente
    Ou como eu
    De mim ignorante?

    PS- Não sei bem se faz sentido, o que quero dizer... o que eu devia era não escrever! Gostei do que li de si.

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  2. Escrever ou não escrever
    Não parece a questão
    Nem se inscreve um dever
    Espécie de obrigação
    Na urgência de viver
    Na emocionante pulsão
    De pensar e de o dizer
    Enquanto bate o coração
    Não há mais nada a fazer
    Em sua substituição
    Que nos garanta o prazer
    E da vida que nos resta
    A sagaz fruição

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