sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sunset não é o mesmo que Pôr-do-sol


I
Sunset não é o mesmo que Pôr-do-sol
Sunset é depois do sol da vida desaparecer
Sem fantasmas nem furores
Rosto que se desfaz em suores
Num ocaso com muita luz artificial
Sunset é plástico e nunca natural
É Boulevard como num filme
É vida que adormece
Na exaltação do ser
Que se esquece do que foi
E apodrece
Como uma carcaça qualquer
Algures em Terras de Bouro
Sunset comunica-se
Com trejeitos ou palavras de ouro
E a vida agonia-se

II
Pôr-do-sol presencia-se
Saboreia-se gota a gota
E deixa a esperança
Que da paisagem brota
Quando se espera
Que ainda nesta era
Amanheça de novo na nossa rota
E que depois o sol se ponha
Num desaparecer
Sem medo e sem vergonha

2 comentários:

  1. 28 de Novembro de 2004

    Leio-te, leio-me e sorrio.
    Baixinho. Melhor dizendo, de lábios sem abrir,
    provavelmente reflexo no olhar,
    que é só sorrir
    de mim!
    Como se viesse a descobrir
    que, afinal,
    nem sempre têm razão os que falam da net...
    É que não é assim tão trivial...

    Mantenho no rosto esse sorriso;
    atravesso de um salto as montanhas e as planícies,
    penso mesmo que sim,
    que até perdi um pouco o siso.
    Coisa que nem é própria de mim...

    Bem! Vamos lá falar com sinceridade!

    Acho que sempre fui um pouco assim
    de coração aos tropeções;
    bem lá no fundo a tempestade
    sem um salpico à superfície, que a espuma desfazia
    toda a loucura;
    e eu... sem outra ousadia
    se não a de providenciar entre todos a harmonia.

    Por isso é que sorrio agora,
    por esta experiência de mim à revelia,
    de troca sem trocar,
    de sonho sem sonhar,
    deste falar só por falar
    e apesar de tudo o coração a aconchegar...

    A minha mão ainda vazia?
    Eu sei... nem sequer pretendia
    ouvir um qualquer eco...
    Mas... se ouço a melodia!

    E se o meu coração sempre assim foi
    intensamente coerente,
    na sua incoerência
    entre a alegria e a melancolia,
    sonhando sem conseguir fazer poesia.

    E em cada dia, o sol posto,
    a trágica vivência da vida por viver,
    e reviver sem ser por gosto,
    mais premente ainda ao anoitecer.

    Mas por achar que realmente dói
    viver só por viver
    é que penso, embora com pouca frequência,
    que o melhor seria mesmo morrer!

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  2. Presente imperceptível
    Angústia que flutua
    Porque nada se insinua
    Na verdade indescritível
    Da vida atravessando a rua
    Momento que hesita
    Em ser reconhecido
    Na imagem que perpetua
    O cântico da vida que é a tua

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